Laurinda Fernandes
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A pandemia revelou duas realidades que se interligam. Por um lado, precipitou todos os cenários previstos de transformação social pelo salto da tecnologia, que se tornou indispensável e até salvou a sociedade, tal como a conhecemos. Por outro lado, veio dar visibilidade a todos os professores que, com naturalidade, faziam da tecnologia digital o seu aliado quotidiano nas suas aulas presenciais e que, sem o saber, praticavam um ensino híbrido “avant la lettre”.
Com o confinamento social, a partir de março de 2020, a sala de aula física desmaterializou-se e imperou o ensino virtual no país.
Os professores, atentos à evolução da sociedade e apostados numa formação pedagógica assente em pilares digitais, foram aqueles que, rapidamente, conseguiram adaptar-se a um “ensino a distância”, capaz de veicular ensino e aprendizagem. Contribuíram ainda para que os seus alunos se moldassem melhor ao novo modelo de Escola nas outras disciplinas, nas quais vigorou, na verdade, o “ensino remoto de emergência”.
No contexto de aulas ora a distância, ora presenciais, apresentam-se metodologias pedagógicas desenvolvidas na disciplina de Português, em 3 turmas do 12.º ano, em que os alunos realizaram uma revista virtual; dois vídeos, respetivamente, sobre a obra “Mensagem” e as obras de José Saramago e jogos de fuga educativos para a poesia contemporânea. Sendo que 91,2% dos alunos consideraram que, graças a estas estratégias, o confinamento não foi obstáculo à sua aprendizagem na disciplina.