Ana Pinheiro; Sílvia Palma
air.pinheiro@gmail.com; sppalma@gmail.com
Agrupamento de Escolas Pinheiro e Rosa
No âmbito da Autonomia e Flexibilidade Curricular e tendo por base os documentos de referência: Aprendizagens Essenciais (AE) e Perfil dos Alunos à saída da escolaridade obrigatória (PA), não podemos deixar de refletir sobre a nossa prática letiva. Nesse sentido, sentimos desde logo, que é necessário (consideramos mesmo ser inevitável) repensar as estratégias/metodologias e a planificação das aulas, por forma a poder contribuir para o desenvolvimento das competências preconizadas no PA.
Pretendemos mostrar que esta mudança na forma de pensar/operacionalizar as práticas letivas é possível não só em turmas do Ensino Básico (7.º ano), como também em turmas do Ensino Secundário – Curso Científico-Humanístico (10.º ano). Enquanto que relativamente ao Ensino Básico, tudo parece possível, quando chegamos ao Ensino Secundário, tudo parece ser complicado, estando sempre bem presente os Exames Nacionais.
Ao desenvolver as atividades que vamos partilhar, tivemos como principal objetivo, desenvolver as competências preconizadas no PA e simultaneamente trabalhar as AE específicas e transversais das duas disciplinas (Ciências Naturais e Biologia e Geologia).
No caso da turma de 10.º ano, foi proposto aos alunos a elaboração de um Diário de Aprendizagem (e as AE a desenvolver) utilizando como ferramenta – o Padlet. Os alunos organizaram-se em grupos (3/4 alunos) e, com base num guião (AE a desenvolver, critérios de avaliação do Diário) construíram um Diário de Aprendizagem por grupo. Posteriormente esses diários foram apresentados e partilhados aos outros alunos/grupos. Cada grupo teve de proceder à avaliação de um Diário e Aprendizagem (de outro grupo de aluno) – Avaliação Interpares.
No caso das turmas de 7.º ano, no início do ano foi proposto a criação de um padlet individual (partilhado com a docente da disciplina) a ser utilizado como e-portefólio. Cada aluno iria, ao longo do ano letivo, construí-lo com atividades orientadas (definidas pela professora) ou com atividades de enriquecimento (ao critério do aluno). O e-portefólio foi avaliado ao longo do ano letivo, post por post, e a sua avaliação partilhada e discutida com o aluno. As atividades foram desde a interpretação da paisagem envolvente, a utilização de materiais geológicos na sua casa, “mini diário de aprendizagem”, atividades práticas e de pesquisa, por exemplo.
Não podemos deixar de referir alguns constrangimentos, tais como: a falta de computadores disponíveis na escola; a instabilidade da rede wifi, assim como a falta de competências digitais dos alunos e de alguma resistência inicial.
No entanto, consideramos que o balanço final foi bastante positivo, uma vez que conseguimos atingir o objetivo principal, ou seja, trabalhar as AE específicas e desenvolver várias competências do PA.
Referências
Cohen, A.; Fradique, J. (2018) – Guia da Autonomia e Flexibilidade Curricular. 1.ª Edição. Raíz Editora.
DGE (2018) – Aprendizagens Essenciais de Ciências Naturais (7.º ano).
DGE (2018) – Aprendizagens Essenciais de Biologia e Geologia (10.º ano).
Martins, G. et al (2017) – Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória. Editorial Ministério da Educação e Ciência.